Indisciplina da Classe
Uma das dificuldades mais comuns enfrentadas pelo professor é o que se costuma dizer ”controle de disciplina”. Dizendo assim, dá a impressão de que existe uma chave milagrosa que o professor manipula para manter a disciplina. Não é assim. A disciplina da classe está diretamente ligada ao estilo da prática docente, ou seja, a autoridade do professor, mais os alunos darão valor às suas exigências.
A autoridade profissional se manifesta do domínio da matéria que ensina e dos métodos e procedimentos de ensino, no tato em lidar com a classe e com as diferenças individuais, na capacidade de controlar e avaliar o trabalho dos alunos e o trabalho docente.
Segundo Libâneo (2001), a autoridade moral é o conjunto das qualidades de personalidade do professor: sua dedicação profissional, sensibilidade, senso de justiça, traços de caráter.
Crianças excessivamente inquietas, agitadas, com tendência à agressividade, que se destacam do grupo pela dificuldade de aceitar e cumprir as normas, ás vezes, não conseguindo produzir o esperado para sua idade, representam um desafio constante para suas famílias e a escola.
Certa dose de teimosia é normal em toda criança e faz parte do processo evolutivo infantil. Porém, quando teimar, enfrentar e desafiar tornam-se hábito persistente e exacerbado no cotidiano da criança, acompanhado de atitudes agressivas, isso sugere um distúrbio-sinal de alguma coisa não está funcionando bem na sua relação com os pais, com ela mesma e com o mundo, e as causas devem ser buscadas.
Acredito que o primeiro passo da família ou do professor seria observar se esse estado de agressividade ou hiperatividade se instale de forma permanente ou se é um estado temporário (circunstancial) e se a criança apresenta, em casa, dificuldades em se relacionar, falar, expressar emoções, entre outras. Depois, observar como ela brinca, se persiste nas atividades se brinca mais sozinha ou com outras crianças. É preciso refletir, também, sobre o clima familiar, sendo o que está sendo exigido da criança e sobre a capacidade de tolerância dos adultos para com as atitudes dela.
Muitas vezes, o comportamento da criança pode ser confundido ou interpretado, por adultos desavisados como teimosia. No entanto, esse é o modo dela expressar sua curiosidade, sua ânsia por experimentar sensações e situações novas (desafios), não conseguindo conter sua ansiedade. Vale considerar que cada criança reage de acordo com sua personalidade.
Cardoso (1998), relata que caso seja constatada uma conduta acentuada e permanente, cabe além dessa simples observação, buscar um entendimento mais profundo de seu significado, através da consulta de um especialista, com o objetivo de investigar se essa conduta possui uma causa orgânica, de fundo físico, o que sugere um tratamento neurológico e ou/ psicológico, ou se é uma influência do meio em que a criança vive. A teimosia e a ausência de limites podem estar mascarando uma insatisfação da criança com seu meio ambiente e um desejo de mudá-lo; pode ser um protesto contra os pais ou contra as relações conflitivas entre ele, e mesmo, encobrir uma carência afetiva (necessidade de ser notada).
Nunca é demais lembrar que não existe uma resposta pronta, uma solução rápida, uma receita mágica que se ajuste a todos os casos e a todas as crianças, porque a ausência de limites é apenas um sintoma que esconde o verdadeiro problema. O adulto primeiro tem que descobrir o significado (aquilo que a criança está manifestando através do sintoma) para depois ir a busca da abertura de um canal de comunicação que lhe permita lidar com ela, vincular-se afetivamente a ela. Para que isso aconteça, é muito importante conhecer a criança, sua realidade social, percebê-la e ouvi-la (linguagem verbal e não-verbal). Com um olhar e uma escuta também afetivos.
Com efeito, precisamos nos perguntar o que significa estabelecer limite? O que deve ser proibido e o que deve ser permitido? Quando uma conduta deve ser tolerada? Até que ponto o adulto não está impedindo a autonomia da criança, quando coloca um limite, uma norma? Não estará ele limitando a criança, enquanto sujeito da própria história?
Acredito que o estabelecimento de limites é algo indispensável para a formação de personalidade infantil, pois isto significa dar a noção de realidade à criança. Mas essa noção deve ser oportunizada com uma boa dose de sensibilidade e bom senso e, às vezes, até tolerância, para não cair no terreno dos excessos. É importante que o adulto estabeleça limites na medida certa e no momento certo, pois o excesso de negativas é prejudicial à formação e ao desenvolvimento da criança, porque pode vir a tolher sua expansão motora, sua capacidade criativa e o exercício de sua maneira peculiar de lidar (e desafiar) o mundo.
A psicóloga Simone Muller Cardoso (1998), comenta que por outro lado, o excesso de tolerância também o é. A frouxidão de compromissos não permite à criança o desenvolvimento do senso crítico e a superação do egocentrismo e, ainda, sugere a indiferença por parte dos adultos. Oferecer ampla autonomia pode ser sinal de falta de interesse e/ou preocupação para com a criança.
Entendo que a criança precisa compreender seus limites da sua independência e também ter a sensação de a segurança de que os adultos (pais e professores) estarão sempre disponíveis para ajudá-la a situar-se, podendo oferecer referenciais, modelos. É importante considerar que todas as pessoas que estão em contato com a criança estão servindo de padrão de identificação. Percebe-se, contudo, que muitos educadores não servem de modelo significativo de identificação para suas crianças: ou porque se sentem inaptos para educar, pois não possuem conhecimento e habilidades e, por isso, não demonstram firmeza em seus propósitos, ou porque temem exercer autoridade (super protegem a criança), ou até, porque não, ajustam seus conhecimentos e experiências à faixa etária da criança. Isso quer dizer: não possuem entendimento sobre o desenvolvimento infantil, fazem exigências que as crianças não estão aptas a cumprir.
A autora Simone Cardoso (1998), ainda enfatiza que se deve pensar que o conceito de autoridade é diferente do conceito de autoritarismo. Enquanto a autoridade é indispensável para que a criança perceba seus pais e professores como figuras fortes de apoio e identificação, internalizando-os de forma positiva, como adultos capazes de auxiliá-la a controlar seus impulsos destrutivos sem se sentir humilhada e com baixa auto-estima, o autoritarismo usa de promessas e ameaças para impor, à força, um tipo de comportamento à criança.
O ideal seria o adulto criar as normas junto com a criança e as sanções ao não cumprimento destas normas. Além de comprometê-la, responsabiliza-a pelas conseqüências de seus atos, caso não as cumpra. É importante que ela possa cumprir a norma ou deixar de participar da tarefa até que esteja se sentindo apta a isso. Assim, o adulto a está auxiliando a tomar consciência das conseqüências de suas atitudes. Não se trata apenas de suprimir um comportamento indesejável (indução pelo medo, ou pela imposição), mas de difundir a adesão ao comportamento desejado.
Não se trata de colocar limites à afetividade (nos sentimentos da criança), mas na forma de expressá-la, sem, com isso, dar adjetivos à criança, referindo-se ao seu caráter. Trata-se de descrever o comportamento específico inaceitável e os sentimentos do adulto a respeito dele. Deve-se cuidar para não usar chantagem emocional com a criança.
Conforme observa o psicanalista Gilberto Safra (apud, CARDOSO 1998) o uso freqüente desse recurso para sensibilizar a criança faz com que ela pense que tudo o que faz não é bom. Mais: ela se culpará por provocar dor em quem mais ama.
Os psicólogos Gottman e Declaire (1997), no seu livro: “A inteligência Emocional e a Arte de Educar Nossos Filhos”, falam a respeito da expressão dos sentimentos da criança, eles argumentam que o importante é que ela aprenda e os seus sentimentos não são um problema, mas o mau comportamento, sim é um problemão.
Os autores oferecem algumas sugestões aos adultos, tais como: a) tentar perceber a emoção da criança e ajudá-la a entender o que está sentindo; b) levar a sério os sentimentos da criança; c) auxiliar a criança a nomear e verbalizar suas emoções, utilizando palavras que ajudem a identificar o que sente; os sentimentos negativos se dissipam quando a criança fala sobre suas emoções, dá nome a elas e se sente compreendida.
Outras sugestões para os pais e professores: a) o adulto deve apontar à criança o seu excesso. Sempre que a criança está se excedendo, deve chamá-la para um ambiente reservado, onde possa se acalmar e relaxar. Depois de mais calma, conversar com ela sobre o seu comportamento, mostrando que o mesmo a está prejudicando. Uma conversa franca e aberta é mais eficiente, às vezes, do que uma punição; b) distinguir o que faz parte da personalidade da criança (da sua maneira de ser) daquilo que seria ausência de limites. Em síntese: conhecer a criança e seu funcionamento; c) não ceder aos apelos da criança, não estimular a discussão nem demonstrar autoritarismo excessivo. Ser firme e enérgico sem ser agressivo ou usar de força física. Não fazer ameaças (principalmente se não cumpri-las) e não apelar para os gritos; d) é importante o adulto não perder o autocontrole diante da criança, mostrando-se seguro e confiante, e não tecer muitas justificativas a respeito da negativa, porque isso aumenta a ansiedade da criança; e) ir a busca das causas; se for o caso, buscar orientação de um especialista.
Com toda a teoria que busquei entender nas referências bibliográficas, consegui ter uma noção sobre o tema que quero a seguir trabalhar com os alunos, para então verificar se esses alunos apresentam problemas de TDAH.
A autoridade profissional se manifesta do domínio da matéria que ensina e dos métodos e procedimentos de ensino, no tato em lidar com a classe e com as diferenças individuais, na capacidade de controlar e avaliar o trabalho dos alunos e o trabalho docente.
Segundo Libâneo (2001), a autoridade moral é o conjunto das qualidades de personalidade do professor: sua dedicação profissional, sensibilidade, senso de justiça, traços de caráter.
Crianças excessivamente inquietas, agitadas, com tendência à agressividade, que se destacam do grupo pela dificuldade de aceitar e cumprir as normas, ás vezes, não conseguindo produzir o esperado para sua idade, representam um desafio constante para suas famílias e a escola.
Certa dose de teimosia é normal em toda criança e faz parte do processo evolutivo infantil. Porém, quando teimar, enfrentar e desafiar tornam-se hábito persistente e exacerbado no cotidiano da criança, acompanhado de atitudes agressivas, isso sugere um distúrbio-sinal de alguma coisa não está funcionando bem na sua relação com os pais, com ela mesma e com o mundo, e as causas devem ser buscadas.
Acredito que o primeiro passo da família ou do professor seria observar se esse estado de agressividade ou hiperatividade se instale de forma permanente ou se é um estado temporário (circunstancial) e se a criança apresenta, em casa, dificuldades em se relacionar, falar, expressar emoções, entre outras. Depois, observar como ela brinca, se persiste nas atividades se brinca mais sozinha ou com outras crianças. É preciso refletir, também, sobre o clima familiar, sendo o que está sendo exigido da criança e sobre a capacidade de tolerância dos adultos para com as atitudes dela.
Muitas vezes, o comportamento da criança pode ser confundido ou interpretado, por adultos desavisados como teimosia. No entanto, esse é o modo dela expressar sua curiosidade, sua ânsia por experimentar sensações e situações novas (desafios), não conseguindo conter sua ansiedade. Vale considerar que cada criança reage de acordo com sua personalidade.
Cardoso (1998), relata que caso seja constatada uma conduta acentuada e permanente, cabe além dessa simples observação, buscar um entendimento mais profundo de seu significado, através da consulta de um especialista, com o objetivo de investigar se essa conduta possui uma causa orgânica, de fundo físico, o que sugere um tratamento neurológico e ou/ psicológico, ou se é uma influência do meio em que a criança vive. A teimosia e a ausência de limites podem estar mascarando uma insatisfação da criança com seu meio ambiente e um desejo de mudá-lo; pode ser um protesto contra os pais ou contra as relações conflitivas entre ele, e mesmo, encobrir uma carência afetiva (necessidade de ser notada).
Nunca é demais lembrar que não existe uma resposta pronta, uma solução rápida, uma receita mágica que se ajuste a todos os casos e a todas as crianças, porque a ausência de limites é apenas um sintoma que esconde o verdadeiro problema. O adulto primeiro tem que descobrir o significado (aquilo que a criança está manifestando através do sintoma) para depois ir a busca da abertura de um canal de comunicação que lhe permita lidar com ela, vincular-se afetivamente a ela. Para que isso aconteça, é muito importante conhecer a criança, sua realidade social, percebê-la e ouvi-la (linguagem verbal e não-verbal). Com um olhar e uma escuta também afetivos.
Com efeito, precisamos nos perguntar o que significa estabelecer limite? O que deve ser proibido e o que deve ser permitido? Quando uma conduta deve ser tolerada? Até que ponto o adulto não está impedindo a autonomia da criança, quando coloca um limite, uma norma? Não estará ele limitando a criança, enquanto sujeito da própria história?
Acredito que o estabelecimento de limites é algo indispensável para a formação de personalidade infantil, pois isto significa dar a noção de realidade à criança. Mas essa noção deve ser oportunizada com uma boa dose de sensibilidade e bom senso e, às vezes, até tolerância, para não cair no terreno dos excessos. É importante que o adulto estabeleça limites na medida certa e no momento certo, pois o excesso de negativas é prejudicial à formação e ao desenvolvimento da criança, porque pode vir a tolher sua expansão motora, sua capacidade criativa e o exercício de sua maneira peculiar de lidar (e desafiar) o mundo.
A psicóloga Simone Muller Cardoso (1998), comenta que por outro lado, o excesso de tolerância também o é. A frouxidão de compromissos não permite à criança o desenvolvimento do senso crítico e a superação do egocentrismo e, ainda, sugere a indiferença por parte dos adultos. Oferecer ampla autonomia pode ser sinal de falta de interesse e/ou preocupação para com a criança.
Entendo que a criança precisa compreender seus limites da sua independência e também ter a sensação de a segurança de que os adultos (pais e professores) estarão sempre disponíveis para ajudá-la a situar-se, podendo oferecer referenciais, modelos. É importante considerar que todas as pessoas que estão em contato com a criança estão servindo de padrão de identificação. Percebe-se, contudo, que muitos educadores não servem de modelo significativo de identificação para suas crianças: ou porque se sentem inaptos para educar, pois não possuem conhecimento e habilidades e, por isso, não demonstram firmeza em seus propósitos, ou porque temem exercer autoridade (super protegem a criança), ou até, porque não, ajustam seus conhecimentos e experiências à faixa etária da criança. Isso quer dizer: não possuem entendimento sobre o desenvolvimento infantil, fazem exigências que as crianças não estão aptas a cumprir.
A autora Simone Cardoso (1998), ainda enfatiza que se deve pensar que o conceito de autoridade é diferente do conceito de autoritarismo. Enquanto a autoridade é indispensável para que a criança perceba seus pais e professores como figuras fortes de apoio e identificação, internalizando-os de forma positiva, como adultos capazes de auxiliá-la a controlar seus impulsos destrutivos sem se sentir humilhada e com baixa auto-estima, o autoritarismo usa de promessas e ameaças para impor, à força, um tipo de comportamento à criança.
O ideal seria o adulto criar as normas junto com a criança e as sanções ao não cumprimento destas normas. Além de comprometê-la, responsabiliza-a pelas conseqüências de seus atos, caso não as cumpra. É importante que ela possa cumprir a norma ou deixar de participar da tarefa até que esteja se sentindo apta a isso. Assim, o adulto a está auxiliando a tomar consciência das conseqüências de suas atitudes. Não se trata apenas de suprimir um comportamento indesejável (indução pelo medo, ou pela imposição), mas de difundir a adesão ao comportamento desejado.
Não se trata de colocar limites à afetividade (nos sentimentos da criança), mas na forma de expressá-la, sem, com isso, dar adjetivos à criança, referindo-se ao seu caráter. Trata-se de descrever o comportamento específico inaceitável e os sentimentos do adulto a respeito dele. Deve-se cuidar para não usar chantagem emocional com a criança.
Conforme observa o psicanalista Gilberto Safra (apud, CARDOSO 1998) o uso freqüente desse recurso para sensibilizar a criança faz com que ela pense que tudo o que faz não é bom. Mais: ela se culpará por provocar dor em quem mais ama.
Os psicólogos Gottman e Declaire (1997), no seu livro: “A inteligência Emocional e a Arte de Educar Nossos Filhos”, falam a respeito da expressão dos sentimentos da criança, eles argumentam que o importante é que ela aprenda e os seus sentimentos não são um problema, mas o mau comportamento, sim é um problemão.
Os autores oferecem algumas sugestões aos adultos, tais como: a) tentar perceber a emoção da criança e ajudá-la a entender o que está sentindo; b) levar a sério os sentimentos da criança; c) auxiliar a criança a nomear e verbalizar suas emoções, utilizando palavras que ajudem a identificar o que sente; os sentimentos negativos se dissipam quando a criança fala sobre suas emoções, dá nome a elas e se sente compreendida.
Outras sugestões para os pais e professores: a) o adulto deve apontar à criança o seu excesso. Sempre que a criança está se excedendo, deve chamá-la para um ambiente reservado, onde possa se acalmar e relaxar. Depois de mais calma, conversar com ela sobre o seu comportamento, mostrando que o mesmo a está prejudicando. Uma conversa franca e aberta é mais eficiente, às vezes, do que uma punição; b) distinguir o que faz parte da personalidade da criança (da sua maneira de ser) daquilo que seria ausência de limites. Em síntese: conhecer a criança e seu funcionamento; c) não ceder aos apelos da criança, não estimular a discussão nem demonstrar autoritarismo excessivo. Ser firme e enérgico sem ser agressivo ou usar de força física. Não fazer ameaças (principalmente se não cumpri-las) e não apelar para os gritos; d) é importante o adulto não perder o autocontrole diante da criança, mostrando-se seguro e confiante, e não tecer muitas justificativas a respeito da negativa, porque isso aumenta a ansiedade da criança; e) ir a busca das causas; se for o caso, buscar orientação de um especialista.
Com toda a teoria que busquei entender nas referências bibliográficas, consegui ter uma noção sobre o tema que quero a seguir trabalhar com os alunos, para então verificar se esses alunos apresentam problemas de TDAH.